domingo, janeiro 15, 2006

Tu

De manhã quando acordo procuro-te na cama. Está frio. Tão frio no sítio onde era suposto estares. Parece que até a minha cama já sente a tua falta. Mas como é possível sentir saudades do desconhecido? Fecho os olhos e imagino-te. És tão real para mim. Só de tanto te imaginar penso que andas sempre e sempre comigo. É pena. Os consolos e as alegrias assim não são tão perfeitamente partilhados. Mas como sempre e como em tudo na minha vida tenho de me contentar com o que tenho. E eu tenho-te. Tu bem dizes que sim.. Mas.. Saber que te tenho não serve quando o que eu quero é senti-lo. Sentir que te tenho. Tudo o resto não importa. Tudo o resto são palavras. E palavras, essas, voam com o vento. Mas tu não podes voar. Nem que seja para pertinho de mim. Ainda não sei que raio de anjo és tu. Se nem asas tens..
O dom que tens de me perturbar os pensamentos, de assustar a minha imaginação, torna cada vez os sentimentos mais sentidos em vão.. Nada é em vão. O que seria de mim se pensasse assim.
Mas adoro imaginar-te a olhar para mim.. Como foi naquele dia especial. Olhava-te. E estavas tão sedento de mim. Os teus olhos apaixonados brilhavam. E eu sentia um orgulho em te ter. Orgulho em nós. E nas nossas vitórias. Juntos vencemos. Foi sim. Eu vi.
E agora imagino-te ali deitado na minha cama a dormir sereno. Enquanto eu olho para ti ainda mal vestida. É de manhã. Dormimos juntos. Foi bom sentir-me nos teus braços. Sentir que me protejes. Sei que gostas de sentir que sou tua. Pois sou!
E vejo-te ali.. Pareces tão frágil.. Pronto para eu cuidar de ti. Estás a dormir mas parece que já sentes saudades minhas. Levanto-me. Dou-te um leve beijo na boca. Faço-te uma festinha muito suave na cara. Tapo-te. Visto o robe. Olho para trás e lá estás tu deitado. A dormir. Abro a porta..

E quem desaparece agora sou eu.

terça-feira, outubro 25, 2005

8 Meses.




Dedos finos e delicados, apoiados no papel, de uma mão branca e macia como a neve, muito fria. A menina dos olhos grandes e amendoados lá estava a olhar pela janela a respirar o Outono. Como ela queria poder soltar aquele cabelo preto. E deixá-lo voar como as folhas. Lá estava ela uma vez como tantas outras vezes, de cabelo trançado, a brincar com o lápis entre os dedos e a olhar pela janela. O que interessava aqueles átomos e moléculas não sei do quê? Ou aquela cintura de asteróides situada algures entre alguns planetas algures num sistema solar? E todos aqueles polígonos, e arestas, e vértices, e faces, e diagonais? Para quê?

O que ela queria mesmo era sair dali a voar. Havia vento. Frio. E solidão.
Alguém assobiava lá fora... Mas ela não sabia quem era. Mas lembrou-se da avó.
A avó assobiava tantas e tantas vezes! Era tão bom!

Olhou para o quadro numa tentativa de se consentrar em algo completamente banal. 25 de Outubro.

Oh...25.

Faz hoje ... 8 meses.
Parece que já foi á tanto tanto tempo! E como eu tenho saudades dela...
Tantas tantas. Preciso dela. Tanto tanto. Do colinho e das festinhas. Da maneira como ela mr tapava na cama, como ela puxava os lençois bem para cima! Quase nem conseguia ficar com a cara de fora! =)
Nunca me vou esquecer..

Nunca..*

sábado, setembro 24, 2005

Ela.

Se ela hoje tivesse viva eles hoje fariam 55anos de casados.
Quero encontrar um amor assim como o deles foi ou ainda é.
Porque um dos dois ainda é vivo e ainda ama. Logo é. Existe.
Quero aquele amor. Que com quem constuimos uma casinha com esforço. Aquele com que temos filhinhos. Amor. Sorrisos e Alegria. É cedo pra mim? E depois?


Lembro-me tão bem daquele dia.
Acordei demnhã cedinho como sempre para ir prá escola. E ouvi dizerem que ela tinha passado muito mal a noite. Tive medo de entrar naquele quarto. Mas fui lá ver como estavam as coisas. E...

Encontrei a cena mais bonita de toda a minha vida. Aquela que nunca vou esquecer.
Ela com uma expressão na cara de 'quase' morta de mão dada com ele de olhar triste ternurento a olhar para ela. Deitados. Juntos. Na vida e na morte. A expressão morta dela, com dificuldade em respirar de olhos já fechados. O olhar dele para ele, a tristeza, o Amor. As mãos juntas.

Saí dali num passo acelarado numa tentativa de correr. Mas o meu coração estava tão pesado que nem deixou. Escapei suspiros, numa vontade enorme de desabafar com lágrimas. Mas..
Não chorei. Não o consegui fazer. Eu quis mas não consegui. Senti-me fria. Pedra. Senti nojo. Senti-me distante.


Senti-me como me sinto hoje. Porque tenho saudades dela. E mesmo pensando nela todos os dias, hoje que é um dia tão especial não consigo chorar. Eu gosto de chorar não para me exibir mas para descarregar sofrimento.


2 Hearts. 1 Soul. Posted by Picasa


Saudades...* ^^ Cosquinhas na cabeça.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Sometimes...

Eu sempre sonhei com o dia em que ela diria que tivesse orgulho de mim. Afinal qual não é a filha que gosta de ouvir a mãe a dizer isso? E ela hoje disse-mo.
Mas numas circunstâncias muito especiais. Quase que como numa tentativa de reconciliação. Quando eu sonhei toda a vida que ela me disse-se isso. E agora disse assim tão sem sal, sem amor nem carinho. Tive vontade de lhe dar um estalo. Que ódio mortal.

É sempre igual. Sempre... e vai ser para sempre assim.

De sempre para sempre.

E depois fazes-te de vitima como se fosses a perfeição de pessoa aquela bela que não erro nunca sabes? E eu sou o monstro mentiroso assustador que poem defeitos em tudo e em todos. É mentira... Que ódio.


Sinto as tuas mãos á volta do meu pescoço. A apertá-lo cada vez com mais força. Sinto.

Ás vezes acredito que erro tanto como tu própria dizes. Acho até que é um erro eu respirar. É? Para muitos sim... eu sei...

*

sexta-feira, setembro 09, 2005

Dreams can come true..*

Eu. E. Tu. Nós os dois. Algures no cimo de um prédio em Paris. Está muito frio. Claro estamos mesmo no topo do prédio. O chão está cheio de neve. Estamos com roupas de inverno. Tu cantas para mim. Sempre gostei de te ouvir cantar. Abraços. Muitos. Envolves-me. E eu sorrio. Estamos juntos e nada mais importa. Olhas-me nos olhos. Começou a nevar. Tenho frio. Beijas-me. Louco apaixonado. Amo-te. Depois pegas-me ao colo e começas a andar ás voltas. Eu solto os braços. Sinto-me a voar. Contigo. Felicidade. Rodopiamos, sorrimos, amamos. Acabamos cansados abraçados no chão. Os corpos envolvem-se. No meio da neve que cai. Rimos como tontos apaixonados. Onde ninguém lá está. Amor. Viva nós! Levantas-te puxas-me e vamos embora a correr. Vamos fugir daqui?


Dreams can come true...* (o meu olho) Posted by Picasa

Como é bom sonhar! *

segunda-feira, setembro 05, 2005

Fly Butterfly

Ele olhou-te nos olhos. Nos mais profundo deles. E disse amo-te. É bom. É bonito. Afinal quem não gosta de o ouvir?
Mas espera...
Ouves? Gritos... Sofrimento... Dor...
Não chores por favor. Não choras.
Anda dá-me a mão. Encosta a tua cabeça ao meu ombro.
Vá respira fundo não passou de um pesadelo.
Faz como tantas outras vezes. Rodeia-te pelas tuas almofadas. Fecha o mosquiteiro.
Enrosca-te nos lençois. Apaga a luz. E chora baixinho.

Isso baixinho...

Ninguém pode saber do teu sofrimento... Ninguém...
Eles pensam que és forte. E és. Mas tens coração e sentimentos. Ás vezes.

Adormeces-te.


Fly Butterfly Posted by Picasa